O grupo OPAIA, em parceria com a Sonagas, assinaram, segunda-feira, em Luanda, o termo de financiamento da Amufert, um projecto que visa a produção de amónia e ureia, no município petrolífero do Soyo, província do Zaire.
Na ocasião, o presidente do Conselho de Administração da Amufert, Agostinho Pinto João Kapaia, disse tratar-se de uma iniciativa que promete transformar o futuro da agricultura e da segurança alimentar em Angola, bem como em África, por serem elementos essenciais para a produção de fertilizantes.
"Vivemos um momento crucial, onde a necessidade de industrialização do continente africano se torna cada vez mais evidente”, aponta o gestor.
Com a população africana projectada para crescer significativamente nas próximas décadas, especialmente na região subsariana, Agostinho Pinto João Kapaia entende que a segurança alimentar "não é apenas um desafio, é uma responsabilidade colectiva”.
O responsável adiantou que o projecto está orçado em cerca de dois mil milhões de dólares, num financiamento do Afreximbank, valor que será aplicado para a instalação de uma fábrica com capacidade para produzir um milhão e trezentas toneladas por ano.
A produção de fertilizantes está prevista para o princípio do ano de 2027.
"Estamos a prever duplicar e aumentar no futuro, mas o que interessa é que, de facto, Angola já não vai precisar de importar fertilizantes, antes pelo contrário, teremos excedente para poder exportar e captar mais liquidez desta exportação”, disse.
Garantir alimentos
Na ocasião, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, que presenciou o acto, lembrou que a produção de alimentos contribue para o desenvolvimento socioeconómico.
Segundo disse, a produção desses alimentos e a produção de fertilizantes são importantes, "pois são essenciais para aumentar a produtividade agrícola, melhorar a qualidade dos alimentos e garantir a sustentabilidade da produção agrícola do nosso país”.
Diamantino Azevedo destacou que o uso responsável e eficiente de fertilizantes é crucial para minimizar o impacto negativo ambiental, e promover práticas agrícolas sustentáveis.
O ministro lembrou ainda que o Presidente da República, desde o início do seu mandato, definiu como objectivo primário o alcance da segurança alimentar através do aumento da produção agrícola.
O responsável disse ainda que produzir fertilizantes em Angola é uma questão de segurança alimentar, por isso "não devemos subestimar a nossa capacidade e foco de lutar pela nossa própria suficiência”.